The second movie in the Madoka trilogy. It is a recap of the last four episodes of the series.
Estou há vários dias pensando no que eu ia dizer aqui e sinto que nada parece concreto o suficiente. Sempre achei um pouco mais difícil para mim falar muito sobre algo que eu gosto. Costumamos ser atingidos por uma melancolia muito grande ao se pensar num destino, ou mesmo em um propósito na nossa vida. Não dá pra saber se temos ou se é possível de alguma forma lutar contra essas coisas. Somos praticamente "programados" a pensar e existir de forma simples. Refletir, abstrair, calcular... Tudo isso são coisas que gastam muito tempo e energia de nós e, por isso, tendemos a simplificar tudo e escolhermos termos absolutos para essas coisas. A partir disso, é muito difícil, até mesmo para nós, pensarmos em uma vida sem propósito, na existência por ela mesma. Afinal, se não existe uma finalidade, para que estamos trilhando este caminho. Por que viver se a morte nada significa? Acho que a partir daí que surge a esperança. A força da nossa fé talvez seja o motor mental mais potente que temos... A força que temos para acreditar em alguém e transformarmos aquela pessoa em nosso propósito e nosso destino. Não sei dizer se isso é amor. Às vezes parece algo muito bonito muito poético, mas também existe uma injustiça muito grande em colocar o peso disso tudo em um semelhante seu. Não existe solução fácil. Muitos de nós já amam antes mesmo de saber o que isso significa. Não necessariamente um amor romântico, mas pais, parentes ou amigos. Sequer lembramos quando foi que começamos a amá-los, eles só estão lá quando nos damos conta. E com tudo isso em mente, propósito, destino, esperança e amor, será que existe algo mais verdadeiro como demonstração do que se sacrificar por alguém? É tão forte a Homura ter passado por, sei lá, dez vezes o último mês em que conheceu a Madoka unicamente para tentar realizar o desejo dela. Num mundo em que um pequeno e fofo serzinho é capaz de realizar qualquer desejo que você tenha porque isso beneficia a ele, a Homura precisa desafiar a própria estrutura das leis do universo e se condenar ao prejuízo eterno da rejeição e da solidão para realizar o desejo da pessoa que ama, e que nem está mais com ela. É muito mais fácil ajudar alguém em benefício próprio do que ser verdadeiramente altruísta. E é por isso que o destino da Madoka é imutável, ela é o ser humano mais empático que existe. Mesmo sendo o desejo dela não sofrer, ela ainda vai se sacrificar pelas pessoas que ama sem qualquer hesitação. Seja acaso ou seja obra do destino, duas pessoas que se amam tanto a ponto de se sacrificar uma pela outra jamais poderiam ficar juntas. Eu posso mudar de ideia no futuro, mas agora eu acho essa história tragicamente linda. No fim, o mestre sempre esteve certo. Madoka é umas garotinhas mágicas, lésbicas, peladas e sofrendo.